Tudo depende
da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe.
Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão
prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação
redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na
opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para
dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar
os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário quando, estendendo
sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele que note os
defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se
exercitar em evitar o que reprova nos outros. Essa observação, em suma,
não é proveitosa ao moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos, se
não estudasse os modelos? — S. Luís. (Paris, 1860.)
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 20.)
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