O Espiritismo
ainda produz, sob esse aspecto, outro resultado igualmente positivo e
talvez mais decisivo. Apresenta-nos os próprios suicidas a informar-nos
da situação desgraçada em que se encontram e a provar que ninguém viola
impunemente a lei de Deus, que proíbe ao homem encurtar a sua vida.
Entre os suicidas, alguns há cujos sofrimentos, nem por serem
temporários e não eternos, não são menos terríveis e de natureza a fazer
refletir os que porventura pensam em daqui sair, antes que Deus o haja
ordenado. O espírita tem, assim, vários motivos a contrapor à idéia do
suicídio: a certeza de uma vida futura, em que, sabe-o ele, será tanto
mais ditoso, quanto mais inditoso e resignado haja sido na Terra: a
certeza de que, abreviando seus dias, chega, precisamente, a resultado
oposto ao que esperava; que se liberta de um mal, para incorrer num mal
pior, mais longo e mais terrível; que se engana, imaginando que, com o
matar-se, vai mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo a
que no outro mundo ele se reúna aos que foram objeto de suas afeições e
aos quais esperava encontrar; donde a conseqüência de que o suicídio, só
lhe trazendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. Por
isso mesmo, considerável já é o número dos que têm sido, pelo
Espiritismo, obstados de suicidar-se, podendo daí concluir-se que,
quando todos os homens forem espiritas, deixará de haver suicídios
conscientes. Comparando-se, então, os resultados que as doutrinas
materialistas produzem com os que decorrem da Doutrina Espírita, somente
do ponto de vista do suicídio, forçoso será reconhecer que, enquanto a
lógica das primeiras a ele conduz, a da outra o evita, fato que a
experiência confirma.
(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 17.)
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